sábado, 1 de maio de 2010

E-Folio B

FICHA de LEITURA

Titulo da Obra: Factores de risco e Factores de protecção ao desenvolvimento infantil

Autor: Carla Camarinha Edição N.º 1 Editora: Revista Psicologia Hoje

Local: Lisboa Data de publicação: 27-04-2010

Classificação da Obra: Monografia


Este artigo vai focar um tema do conhecimento de todos nós, mas o qual, derivado à correria do dia-a-dia de cada um, não damos a devida atenção – factores de risco e factores de protecção ao desenvolvimento infantil, destacando a importância dos profissionais e família que actuam junto à infância e adolescência de forma a exercerem uma prática mais efectiva sobre a criança.

Destaca-se a vasta literatura existente sobre os factores de risco, porém, os estudos do desenvolvimento infantil necessitam incluir os factores de protecção, com a mesma ênfase dada aos factores de risco, visando promover a resiliência.
Normalmente deixamos os nossos filhos na escola, creches e só os vamos buscar mais à noitinha, logo os profissionais que acompanham as nossas crianças devem estar aptos, ou seja habilitados para verificarem problemas do foro físico e psicológico.

Os professores, a escola, os pais devem estar atentos a qualquer atitude, comportamento ou influências na criança. Estes comportamentos podem trazer problemas a vários níveis – individuais, familiar ou sociocultural. Temos que ter em atenção que tais problemas acontecem a qualquer pessoa independentemente do estado social, cultural, económico ou de região de residência.
Os factores de risco segundo Reppold, Pacheco, Bardagi e Hutz (2002) são variáveis ao acontecimento de resultados negativos ou menos favoráveis. As crianças, de um modo geral, são afectadas por determinados factores, por determinadas variáveis. Essas variáveis são chamadas de factores de risco.
“Uma criança é considerada em situação de risco quando seu desenvolvimento não ocorre de acordo com o esperado para sua faixa etária de acordo com os parâmetros de sua cultura. Podendo este ser de aspecto físico (doenças genéticas ou adquiridas, prematuridade, problemas de nutrição, entre outros), social (exposição à ambiente violento, drogas) ou psicológico (efeitos de abuso, negligência ou exploração) ” (http://www.webartigos.com/articles/30130/1/A-INFLUENCIA-DA-FAMILIA-NO-DESENVOLVIMENTO-EMOCIONAL-DE-CRIANCAS-SOB-SITUACAO-DE-RISCO-UM-OLHAR-DA-TERAPIA-OCUPACIONAL/pagina1.html).
Esses factores de risco levam ao desencadear de desordem emocional e a nível comportamental na criança. Por outro lado, os factores de protecção também modificam a resposta pessoal, ou seja a criança poderá ter um estágio no seu desenvolvimento, nas suas atitudes temperamentais. Fenómenos do mundo contemporâneo, como a violência, maus-tratos, ambientes degradados, vai criar uma criança mais vulnerável, deixando marcas irreversíveis na sua vida tanto a nível físico como mental. Barnett (1997) diz que uma criança maltratada, que sofre abusos e negligências, irá sofrer problemas profundos no seu interior, deixando sequelas que se vão sentir no seu futuro.
Factores de risco são todas as modalidades de violência como física, psicológica, domestica.

A violência física envolve a violência corporal como espancamento, fracturas, etc. Esta violência normalmente leva a probabilidades de crimes violentos no futuro. Este tipo de violência é a maior causa de morte na infância (Azevedo&Guerra, 1995). Os pais que tratam mal os seus filhos normalmente também tiveram problemas na sua infância. Queremos isso para os nossos filhos?

A negligência também é um factor que influência o desenvolvimento sadio da criança, algo que necessita, como a alimentação, segurança, etc.

Um outro factor também importante no desenvolvimento da criança é a violência psicológica. A criança pode passar por momentos de humilhação, ameaças, etc. A criança sujeita a tais pressões pode vir a ter pensamentos intra pessoais, a saúde emocional ser afectada, terá um baixo grau nas habilidades sociais, baixa aprendizagem. Uma criança que vive num lar violento também está exposta a factores de risco no seu desenvolvimento físico e mental (Sinclair 1985). Segundo Sinclair 1985 as crianças nestes termos precisam de protecção.

A violência sexual também é um factor importante no desenvolvimento da criança, por vezes esta é usada com a finalidade de obtenção de prazer sexual. No que se refere a comportamentos de risco a associação americana de psicologia aponta a gravidez, o fumo, álcool, violência sexual, etc., que são mediados pela própria família.

A Associação Americana de Psicologia destaca a resiliência, esta tem a ver com a capacidade de um indivíduo para ultrapassar os traumatismos e construir-se apesar das feridas.
A família é o principal responsável pela criança na sociedade e na sua socialização, isto porque a família perante os seus exemplos e ensinamentos pode criar um factor de risco ou de protecção na criança (Reppold e tal., 2002).
O primeiro contacto com o exterior é a família, logo um ambiente saudável e positivo no seio familiar vai resultar comportamentos saudáveis na criança (Kumpfer e Alvarado, 2003). A família tem influência no desenvolvimento da criança a nível de vínculos afectivos, auto estima, etc.
A criança dentro do seio familiar não é só ouvinte mas um interveniente participativo. Podemos também falar do factor de protecção o vínculo afectivo, papel que cabe aos avós ou irmãos. Estes dão segurança e suporte à criança.



- “Citações”

- ABREU, S.R. Crianças e adolescentes em situação de risco no Brasil. Ver. Bras. Psiquiatr. vol.24. n.1. São Paulo, mar., 2002.

-http://www.dianova.pt/index.php?option=com_content&task=view&id=46&Itemid=72

- http://oqueeutenho.uol.com.br/portal/2010/02/11/suicidio-e-tabu-especialista-explica-os-principais-fatores-de-risco-e-qual-a-melhor-forma-de-enfrentar-esse-problema/

- http://www.webartigos.com/articles/30130/1/A-INFLUENCIA-DA-FAMILIA-NO-DESENVOLVIMENTO-EMOCIONAL-DE-CRIANCAS-SOB-SITUACAO-DE-RISCO-UM-OLHAR-DA-TERAPIA-OCUPACIONAL/pagina1.html

- http://www.scielo.br/pdf/pe/v10n2/v10n2a07.pdf



- Comentários pessoais:

O desenvolvimento nos seres vivos é um processo dinâmico e complexo que ocorre num conjunto de transformações quantitativas e qualitativas desde o nascimento e ao longo de toda a sua vida, permitindo este agir e reagir face ao meio.
A família é muito importante neste processo, na medida em que o primeiro contacto da criança com o meio exterior é esta mesma. Durante o desenvolvimento a família assim como a instituição educacionais deverão agir e identificar potenciais problemas nas crianças. Nos tempos que correm as nossas crianças correm riscos. A família sob situação de risco social é um factor importante que pode alterar o desenvolvimento da criança. Em famílias com problemas sociais, com baixos rendimentos, com pouca escolaridade, os maus-tratos às crianças acontecem com mais frequência.
Para minimizar tais problemas o regime social tem que estar atento a tais situações e aponta-los quando necessário para salvaguardar o bem-estar da criança.

As nossas crianças de hoje – são o futuro de amanhã!!!

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